O que conheci de Ruth Cardoso, considero pouco. Lembro-me do projeto Universidade Solidária (é esse o nome????"), dos amigos que dele participaram e suas narrativas.
Mas, no episódio de sua morte, vi uma entrevista na qual ela dizia não ter dúvida de que a mulher é uma das maiores oprimidas do mundo bem como é a maior transformadora em potencial da realidade.
Tenho sorte de estar em grupo de mulheres que se orgulham desta condição e que buscam diarimente honrá-la. Conheço muitas outras ainda bem feridas e dominadas pelo machismo e que acabam por reproduzi-lo.
Penso que, obviamente, todos e todas somos machistas, uns mais e outros menos, simplesmente porque herdamos uma cultura extremamente machista. Mas é delicioso o exercício de rompimento.
Sim, somos os maiores potenciais de mudança que o mundo possui, não tenho dúvida também. Penso em como eu e minhas amigas criarão os filhos e filhas. Fico avaliando o como crescemos profissionalmente e o que considero mais trabalhoso: como crescemos em nossos relacionamentos afetivos (família, companheiros-a). Crescemos sem, para isso, alimentar outro ismo.
E fico, especialmente, feliz, quando pude conferir os passos que mulheres davam quando encontravam-se mais apoiadas e seguras, mulheres que possuem seus filhos e/ou filhas abrigados(as), mulheres com relacionamentos afetivos destrutivos.
Em uma lógica capitalista e perversa, é preciso apoiar, é necessário estar junto porque crescer e transformar o mundo é possível, aliás é bem possível. E para acabar esse rápido devaneio, junte-se a nós, Lya Luft e seus saberes: "Pensar é transgredir".